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Governo leva a debate Agenda Pós-2015
O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, anunciou nesta segunda-feira, em conferência de imprensa, a realização de um Fórum Nacional sobre a Agenda de Transformação para Cabo Verde visando o grande objectivo de transformar essas Ilhas num país próspero e de desenvolvimento avançado no horizonte de 2030. A ideia é discutir com a sociedade a visão de governação para os próximos tempos e alcançar um amplo consenso nacional sobre como atingir este desígnio.
O Governo irá realizar nos dias 14, 15 e 16 de Maio, o II FORUM DA TRANSFORMAÇÃO DE CABO VERDE cujo objectivo, diz o Primeiro-Ministro, é perspectivar o país em relação ao futuro e discutir com a sociedade esta agenda que o Governo pretende construir para a concretização da grande meta desta que é o da construção de um Cabo Verde de Desenvolvimento Avançado no horizonte de 2030. “Queremos caminhar rumo a um “Cabo Verde 2030.Perspectivamos para 2030 um país desenvolvido e próspero. Um país preparado para competir na economia global, com altos índices de Desenvolvimento Humano, com uma Sociedade Civil empoderada, com um Sector Privado forte e internacionalizado”, refere o Chefe do Executivo.
Para isso, defende José Maria Neves, “a Nação precisa de uma visão de futuro para que não navegue à vista. O II Fórum questionará O QUE QUEREMOS SER daqui a 16 anos? O que devemos fazer para lá chegar? Quais os recursos humanos, materiais e institucionais que precisaremos? Como acelerar o ritmo de transformação? Que parcerias devem ser estabelecidas?” Questões que este Fórum vai pretender responder, procurando traçar as linhas estratégicas para tal desiderato, procurando os mais amplos consensos sobre a matéria.
Tudo isso levando em conta os novos cenários interno e externo que se colocam ao país, na senda da sua graduação a País de Rendimento Médio e mediante a aguda crise internacional e que atinge, inclusive, os nossos principais parceiros internacionais. Daí que entre os vários desafios é pensar novas formas e fontes de financiamento do processo transformacional de Cabo Verde, sendo certo que este não pode parar.
Isto de pensar o desenvolvimento do país para além do mandato de um governo não é novo e faz parte da incumbência de um executivo responsável pensar estrategicamente o país, de pés assentes no presente, mas sem perder de vista o futuro. Daí que respondendo aos jornalistas Neves cita vários exemplos de vários países que ultimamente têm apresentado as suas visões de desenvolvimento para além do horizonte de 2050. Aliás, mesmo em Cabo Verde, este Governo já o fizera em 2003 a quando da realização do I Fórum Nacional para a Transformação de Cabo Verde.
E foi esta visão alargada da governação e este sentido estratégico que na altura permitiu criar amplos consensos sobre o caminho a seguir por Cabo Verde e que permitiu criar um cenário propício à implementação da agenda transformacional que permitiu dar este grande salto no processo de desenvolvimento do país, tanto ao nível do combate à pobreza e melhoria da qualidade de vida das pessoas, a qualidade dos serviços e sobretudo das infra-estruturas nas mais diversas áreas.
Nesses 10 anos, desde o primeiro fórum, “Cabo Verde avançou na criação de condições para ser moderno e competitivo. Infra-estruturou-se o país nos mais variados domínios, reforçaram-se as condições para o desenvolvimento do capital humano, procedeu-se a um amplo programa de reformas”.
E Acrescenta, sem dúvidas, que hoje “temos hoje um país mais competitivo. A base económica expandiu-se e continua a expandir na qualidade de uma emergente economia de serviço, em que cerca de 79 % do Produto Interno Bruto é proveniente dos Serviços, o que qualifica Cabo Verde para ser uma Plataforma de Serviços a nível mundial”.
Outra grande vitória e que espelha o sucesso desse programa de governação é a elevação das Ilhas a país de Rendimento Médio, assim como o facto de, nesta altura, praticamente todos os oito Objectivos do Milénio estarem já a ser atingidos ainda antes de 2015. Leia a intervenção do Primeiro-Ministro, na referida conferência sobre o o II FORUM DA TRANSFORMAÇÃO DE CABO VERDE, na janela Discursos. Veja também a foto-reportagem no facebook oficial do Primeiro-Ministro.
Fonte: www.governo.cv
A Casa do Cidadão inaugura mais uma Balcão de atendimento especializado
Sendo a Casa do Cidadão um elo de ligação por excelência, entre a Administração Pública e o Cidadão, criamos parcerias com as associações civis para melhor servir ao Cidadão e as Empresas.
É com esse propósito que no dia 07 de Março de 2014 assinou-se um Acordo de Nível de Serviço com a ACRIDES e inaugurado mais um Balcão da Casa do Cidadão nas instalações da Biblioteca Nha Balila em Tira Chápeu, onde encontra-se disponibilizados os seguintes serviços:
- Pedido de NIF
- Registo no portal de cidadãos e empresas
- Certidão de Nascimento – 150$00
- Certidão de Casamento – 150$00
- Certidão de Perfilhação – 150$00
- Certidão de Óbito – 150$00
- Certificado de Registo Criminal – 350$00
- Declaração de NIF – 600$00
Portanto na instrução de processos de matrícula do seu filho, dirija a este balcão que fica dentro da sua própria comunidade evitando esperas e custos de transportes.
Casa do Cidadão, Morabeza & Qualidade
Aprovada a Resolução que institucionaliza as parcerias público-privada no desenvolvimento da inovação e na modernização do acesso e prestação dos serviços da Administração Publica
O País já deu passos consideráveis, e progressivos, nos processos de desenvolvimento da inovação e modernização da organização, prestação e atendimento integrado dos serviços públicos da Administração Pública, cujo modelo de referência tem sido representado pela Casa do Cidadão que vem sendo avaliada satisfatoriamente, interna extremamente.
Considerando a necessidade de se acelerar a consolidação desses ganhos, e de se garantir uma maior descentralização da cobertura deste modelo a toda Administração Publica, bem como o alargamento dos seus benéficos a todo País e a todas comunidades com o reforço da colaboração, cooperação ou co-criação e envolvimento do sector privado e da sociedade civil.
Torna-se necessário um salto qualitativo e progressivo na estratégia de implementação deste modelo integrado de prestação moderna dos serviços da Administração pública, requerendo que seja cada vez mais damelhoria da qualidade de prestação final dos serviços aos utentes, com maior reforço da participação dos cidadãos e envolvimento acrescidos das parcerias público-privada nos processos de desenvolvimento da inovação, modernização da prestação e atendimento integrado dos serviços públicos da administração pública, acompanhando as melhores tendências e práticas internacionais.
A adopção de uma estratégia da melhoria da qualidade da prestação final dos serviços da Administração Publica, que implique maior participação dos cidadãos, apoio e a contribuição, subsidiária e complementar das parcerias público-privada, não só é uma necessidade para o aceleramento de processo de modernização e transformação da Administração Pública, como é uma exigência da cidadania, no sentido de se reforçar a democratização dos acessos aos serviços públicos com aproximação e descentralização junto dos cidadãos, a racionalização organizacional, funcional e a economia dos custos, bem como a promoção da terceirizaçãode desenvolvimento, prestação e manutenção de determinados serviços inovadores.
São, pois, os objectivos estratégicos alcançar com esta Directiva Nacional o reforço da promoção da transparência, da modernização na Administração Publica da e da cidadania, com maior empreendedorismo privado, das associações civis e a inclusão social na prestação dos serviços da Administração Pública.
Documento Suporte
Homenagem as nossas Mulheres
Falar de mulher
Mulher
Mulher formosura
Aquela de extrema beleza
De grande alma pura
Que caminha com toda leveza
Carrega seus fardos, segura
Se expande, cresce, tem talento
Embora sofra, mas suporta
Conta vitória, soberana
Uma personagem ilimitada
Actuando em todos os lados
Se destacando como mulher
Figura notável para o mundo
Mundo sem mulher não existe
Só ela tem sua feminilidade
Valente nas suas conquistas
Equilibrada quando quer
Saúdo a todas, belas encantadoras
Mães, eternas enamoradas
Distintas, cultas, eleitas
Mulheres sem distinção
Predilectas em todas as dimensões.
Linhas Gerais da Reforma do Estado
UMA VISÃO DE UM NOVO ESTADO PARA CABO VERDE: MODERNO, MAIS EFICAZ, MAIS COMPETITIVO, COM MAIS SEGURANÇA, MELHOR JUSTIÇA E MAIOR SUSTENTABILIDADE
A apresentação preliminar das grandes linhas fundacionais da Reforma do Estado que se pretende prosseguir no decorrer desta legislatura, exige que se tenha presente algumas grandes questões iniciais e para elas se encontrem respostas. São as seguintes:
1. Que Estado temos?
Actualmente o Estado cabo-verdiano é definido juridicamente pelo documento constitutivo do actual modelo político da nossa comunidade: a Constituição da República de 1992. Este documento estabelece, no entanto, somente os princípios básicos de organização do Estado, as funções, missões e fins que a ele incumbem. È verdade, todavia, que, à parte os aspectos normativos intrínsecos ao Estado de Direito que mudaram com o advento da democracia e mudanças fundacionais na ordem económica, o modelo dimensional do Estado nacional tem-se mantido constante ao longo da vida do país, isto é, desde a independência: um Estado grande, talhado para reciclar ajudas públicas ao desenvolvimento e a garantir emprego e meios de sobrevivência a parte da população; grande, mas não forçosamente mais eficiente; um Estado em que, na generalidade, os servidores são pouco habilitados do ponto de vista técnico para acompanhar a velocidade que os paradigmas sociais, económicos, internacionais, tecnológicos, entre outros, têm mudado.
As funções básicas do Estado foram cumpridas durante todo este tempo de forma razoável, muito embora, à medida que o contexto internacional se vai alterando, a capacidade de resposta torna-se cada vez mais débil. É um cenário que se nota em todas as dimensões da estadualidade; a da segurança, a da justiça e da promoção do bem-estar sócio-económico. Consequentemente, o Estado nacional encontra actualmente sérias dificuldades em acompanhar a mudança de paradigmas internacionais; em razão disso, é necessário corrigir as suas deficiências e adaptá-lo aos novos desafios e à mudança paradigmática ocorrida.
2. Em que contexto foi o Estado cabo-verdiana criado?
O Estado cabo-verdiano que actualmente temos foi criado e desenvolvido num contexto específico, contexto este que deve ser visto no seguimento de uma tradição histórica que vem de antes da independência, mas que, mesmo depois dela ter acontecido, continuou marcado pela ideia de um Estado assistencialista que se postaria como intermediário entre os doadores, fossem eles metropolitanos, fossem eles internacionais ou estrangeiros. A percepção da comunidade internacional a respeito dos Estados infantes da África e da Ásia, num contexto tardio de descolonização e de obrigações de beneficência internacional, bem como de Guerra Fria, em que os dois blocos tentavam motivar os Estados independentes a manter-se na sua zona de influência ou na pior das hipóteses a não entrar claramente na outra, facilitavam, de alguma forma, a sobrevivência de Estados como o nosso.
3. O que mudou?
Em razão de uma série de factores, tais quais o fim da Guerra Fria, o ascendente assumido pela ideologia liberal, o afastamento histórico do período da descolonização, a promoção da boa governação e do rigor na gestão da APD, o ambiente das décadas de setenta e de oitenta mudou radicalmente. Os Estados, aos olhos dos seus pares, tornam-se cada vez mais autónomos –no sentido de terem a obrigação de encontrar as suas próprias vias para o desenvolvimento – e deixou, em geral, e de forma continuada, de existir uma via intermediária entre a independência e a colonização (ou pelo menos foram criadas formas de protectorado internacional). O facto é que os Estados que fracassam já não recebem injecções massivas de recursos para gerirem a seu bel-prazer.
Actualmente ao Estado fracassado reservam-se duas medidas, ou são alvo de intervenções financeiras e evidentemente restrições acentuadas à sua soberania económica por organizações financeiras internacionais ou em casos mais graves sofrem mesmo intervenções militares e são submetidos durante anos a protectorados internacionais autorizados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Se esta tendência já começava a ser desenhada imediatamente depois do fim da Guerra Fria, com a nova ordem internacional marcada pela “Guerra contra o Terrorismo” a importância das questões de segurança são cada vez maiores, bem como cada vez mais prováveis o recurso a medidas de excepção que lateralizem a soberania dos Estados e a formas neocoloniais de protectorado internacional.
Ademais, o fenómeno da globalização deu origem a novos desafios. Na batalha pelo desenvolvimento, os Estados estão num estado de competição com os seus congéneres pela atracção de investimentos produtivos e pela prestação de serviços. Neste sentido, Estados que não estão preparados para se integrar nesse processo dinâmico da economia internacional dificilmente conseguem promover o seu próprio desenvolvimento. A economia internacional é cada vez mais competitiva em qualquer sector económico, seja o primário, o secundário ou o terciário. Paralelamente, organizações internacionais económicas ou financeiras mostram-se muito menos permissivas a argumentos de índole moral ou amparadas na injustiça da desigualdade económica entre os Estados para criar regimes distintos para os Estados mais vulneráveis. O regime da Organização Mundial do Comércio é um exemplo disso. Além disso, os Estados estão submetidos a um maior rigor do ponto de vista da gestão dos recursos que lhes são colocados à disposição por organizações internacionais, Estados estrangeiros ou pela Banca Internacional.
4. Que riscos corremos e quais são os nossos desafios face a este cenário?
Cabo Verde é reconhecidamente um Estado vulnerável. A nossa vulnerabilidade é visível tanto ao nível económico, sector no qual ainda não conseguimos nos desenvolver o bastante ao ponto de nos tornarmos auto-sustentáveis, quanto ao nível da função segurança do Estado, em que não temos conseguido manter o controlo efectivo sobre todo o território nacional, particularmente o marítimo, e em razão disso nota-se um aumento significativo de actividade criminosa em Cabo Verde.
Os riscos face a este cenário combinado de factores internacionais e nacionais são claros. A categoria de Estado vulnerável é meramente transitória e a sua transitoriedade é cada vez mais acentuada com o passar do tempo e com a nova conjuntura global. Assim sendo, não é uma situação que se possa manter por muito tempo. Está-se a um degrau da consolidação estatal e a um degrau do fracasso do Estado. Um Estado que não resolver os dois problemas supramencionados poderá entrar num processo de fragilização tal que em última instância lhe pode levar ao fracasso, ficando sem soberania económica e em casos mais graves, podendo tornar-se um risco para a comunidade internacional (ver a lista dos países “falhados” e susceptíveis de serem utilizados pelo terrorismo global, distribuída recentemente pelo Banco Mundial), em razão da incapacidade de garantir a segurança no seu próprio território, e consequentemente ser um alvo potencial de intervenções militares.
Deste modo, somente se conseguirmos vencer o desafio do fortalecimento do Estado, nas suas três funções básicas, provimento de segurança, garantia de justiça e fomento da prosperidade económica, conseguiremos a um tempo manter a nossa comunidade política independente e soberana. Daí a importância deste projecto de reforma do Estado, o que significa que, não obstante a assumpção da nossa vulnerabilidade, não nos condenamos ao fatalismo, mas confiamos nas nossas capacidades para reforçar o nosso Estado e vencer o desafio da sua consolidação total.
5. Como deverá ser o nosso Estado?
É isto que teremos de determinar em conjunto; é uma área que exigirá forçosamente consensos alargados e acções a prolongarem-se para além de uma legislatura. Ainda não se tem todas as respostas, que estarão consagradas na Agenda para a Reforma do Estado, mas já temos uma visão clara sobre o Estado que queremos. Esta visão aponta para um Estado MODERNO, MAIS EFICAZ, MAIS COMPETITIVO, COM MAIS SEGURANÇA, MELHOR JUSTIÇA E MAIOR SUSTENTABILIDADE; é este o Estado adequado para vencer os desafios que temos pela frente; reformar o Estado que temos nessas bases é a nossa incumbência; a meta está visível, temos é que estabelecer a estratégia para fazer essa reforma do Estado Cabo-Verdiano.
6. Quais são as grandes linhas desta reforma?
A Reforma do Estado é um projecto ambicioso de reavaliação do papel e da dimensão do nosso Estado, que compreenderá, no essencial, uma reforma institucional e uma reforma da administração pública e amparar-se-á numa utilização intensiva dos recursos tecnológicos e uma qualificação programada de recursos humanos colocados à disposição do Estado e da sociedade cabo-verdiana.
6.1. A primeira delas traduzir-se-á em intervenções nas duas esferas de governo do Estado de Cabo-Verde, o poder central e o local, alterações nos três poderes do Estado, executivo, legislativo e judicial, implicando ainda no reforço e racionalização do Estado no cumprimento das três áreas essenciais que ele tem que garantir: segurança, justiça e a dimensão sócio-económica. O objectivo é o de desenhar o Estado e dimensioná-lo de acordo com os novos desafios que se colocam no plano internacional e nacional e com os recursos que a Nação consegue gerar. Implicará, nomeadamente:
a) Repensar as relações entre o poder central e o poder local, numa base, já assumida pela Constituição da República, de descentralização dos serviços públicos e reequilíbrio dos poderes entre o centro e as regiões, com a transferência ou devolução de competências que sejam mais eficazmente executadas por decisores políticos próximos da população, desde que seja acompanhada por cada vez maior autonomização financeira do poder local com a consequente maior responsabilização e inclusivamente por fórmulas destinadas à geração de recursos regionais e reforço da sua base tributária;
b) Reflectir sobre as modalidades em que o Estado deverá estar presente nas Ilhas e Regiões, garantindo o exercício da autoridade do Estado a nível nacional, levando em conta a divisão constitucional de competências entre o poder central e o poder local;
c) No redimensionamento dos ramos do Governo quando isso se mostrar necessário, para se ter um Estado, e particularmente um poder executivo e um poder legislativo, à medida das nossas necessidades e dos nossos recursos;
d) Na reforma de paradigma em vários sectores centrais para o crescimento do país, nomeadamente em matéria de crescimento e competitividade, saúde, educação, formação e inovação, ciência e tecnologia, segurança social, justiça, segurança nacional, entre outras, com a adopção de um paradigma assente numa maior eficácia e sustentabilidade, melhor qualidade na prestação de serviços aos cidadãos, empresas e turistas;
e) Na clarificação do papel do Estado de Cabo Verde na execução das suas funções principais, em particular na função de regulação e fomento da economia nacional, na função de incremento da protecção social àqueles que dela realmente precisam, na função de reforço da segurança nacional, interna e externa, e na função de garantia de uma justiça imparcial e de qualidade. Neste âmbito, dever-se-á determinar os grandes princípios que nortearão a política de transferência de funções públicas para entidades não-estatais, inclusive do terceiro sector, nos casos em que elas poderão desempenhá-las de forma muito mais eficaz do que o Estado;
f) Em reformas constitucionais e no sistema político e eleitoral sempre que isso servir para facilitar as metas acima elencadas, bem como, e principalmente, ao reforço do Estado de Direito e da Democracia, assumidamente a maior vantagem comparativa do Estado de Cabo Verde.
6.2. Na segunda dimensão, isto é, de reformas na administração pública, um domínio incontornavelmente entremeado ao primeiro, o projecto de Reforma do Estado implicará em alterações profundas da administração pública central, no sentido de torná-la menor, mais eficaz e com maior capacidade técnica e estratégica, que lhe permita dar respostas mais céleres e de maior qualidade aos cidadãos, empresas ou turistas. Concretamente e imediatamente materializar-se-á, inter alia, nas seguintes medidas:
a) Uma primeira fase de racionalização das estruturas da administração pública central, directa e indirecta, sendo reequacionados imediatamente todos os serviços públicos existentes à luz das suas missões e da sua necessidade e fundamentalmente prevendo, até ao final deste ano, a alteração dessas estruturas através da sua fusão, cisão ou mesmo extinção
b) Na continuação das reformas a nível de gestão dos recursos humanos, incluindo a determinação da política e das estratégias de implementação de recursos partilhados na administração pública, e do core business da Administração Pública
c) Na continuação da reforma do sector financeiro público, no sentido de racionalização dos gastos e despesas públicas, pela responsabilização na utilização de dinheiros públicos e na transmissão de princípios de rigor, ética e eficácia na gestão dos recursos públicos, promovendo a consolidação orçamental e a sustentabilidade das finanças públicas enquanto requisitos permanentes da Boa Governação.
d) Reforço da transparência e da imparcialidade da administração pública em questões centrais como a contratação pública, incluindo de funcionários, com a promoção de concursos públicos isentos.
6.3. Finalmente, numa terceira dimensão, o projecto de Reforma do Estado, implicará, na adopção e coordenação de projectos transversais, concretamente de:
a) Incremento do uso de novas tecnologias e da governação electrónica, tanto no sector público, como na sociedade em geral;
b) No fortalecimento da educação e formação contínua de qualidade dos servidores públicos em todas as áreas que se revelarem necessárias ao desempenho de alta qualidade na administração pública e nos diversos poderes do Estado.
7. Quem é responsável pelo Programa da Reforma do Estado?
Todos. Um programa desta dimensão somente pode ser bem sucedido com a concorrência de todos, desde situação a oposição, desde Estado a sociedade civil, cabo-verdianos residentes e não residentes. Implicará consensos alargados a nível dos actores políticos e sociais
Ele será executado pelos diferentes sectores de que releva e do ponto de vista institucional, será articulado no seio da Unidade de Coordenação da Reforma do Estado (UCRE), presidida pela Ministra da Presidência do Conselho de Ministros e da Reforma do Estado, coadjuvada pelo Secretário de Estado da Administração Pública, e integrada por representantes dos departamentos responsáveis pela área das finanças, administração pública, da descentralização e da justiça, do NOSI e da Casa dos Cidadãos, bem como outros quadros de áreas relevantes para a reforma do Estado. A UCRE será auxiliada por um Secretariado Executivo, com a incumbência de apoiar a actividade da Unidade, por vários núcleos sectoriais de projecção departamental da reforma do Estado e de um Conselho para a reforma do Estado integrado pelas diversas sensibilidades sociais, políticas e económicas de Cabo Verde.
Documentos suporte da Reforma do Estado:
Lei de Modernizacao Administrativa
Concept Paper Descentralizacao e Desconcentracao
Concept Paper Regulacao Cabo Verde
Lei de Base Entidades Reguladoras Independentes